segunda-feira, 18 de junho de 2018

Chapter 4: Escolher a Plataforma Ideal

Quarto capitulo: Escolher a Plataforma Ideal (Motherboard + Processador)



O que é a "plataforma" de um PC?

Há vários nomes para isto mas, a fim de assegurar alguma simplicidade, chamemos-lhe plataforma. E consiste simplesmente na motherboard e no processador. É importante definir a plataforma porque esta determina muitos outros componentes do build, como cooling, RAM, caixa, etc. 

E que plataformas existem?

Resposta curta: muitas. A começar pela diferenciação de marcas. Existem no mercado, de momento, 2 marcas apenas de processadores e chipsets de motherboards, a AMD e a Intel. E essa é a primeira decisão a tomar. 

Depois, cada uma das marcas separa as suas ofertas entre uma gama mainstream e uma gama enthusiast (por assim dizer...). Dentro destas gamas pode haver Sockets (encaixe do processador na motherboard) diferentes e Chipsets (o chip que, na motherboard, faz a ligação entre os vários componentes core do sistema e os faz funcionar) diferentes, dependendo das diferentes características técnicas. 

Tanto na AMD como na Intel, cada gama usa um só socket próprio mas, na gama mainstream, existe mais do que 1 chipset e na gama enthusiast, apenas 1. E não, na maioria destes casos não há retrocompatibilidade com plataformas mais antigas. Normalmente o que acontece em saltos de geração é que, embora o Socket do processador se possa manter intalterado (e portanto, na teoria, o processador pode ser instalado na board porque "cabe lá"), o Chipset é diferente, normalmente não reconhecendo os processadores das plataformas anteriores. O salto geracional é mais dado pelo chipset e processador do que pelo socket.


Ok, e que oferta existe em cada marca?

Nota: eu vou falar do que atualmente é considerado atual e não no que está à venda. Existem processadores e motherboards à venda com 5 ou 6 anos de mercado e que não estão up to date. Isto quer dizer que na AMD vou apenas falar dos Ryzen e, na Intel, da geração CoffeeLake (Mainstream) e Skylake-X/Kabylake-X (Enthuasiast).

AMD Mainstream:
  • Socket: AM4
  • Chipset (do mais barato e simples para o mais complexo e recente): AMD A320, B350, X370 e X470*
  • Processadores suportados: Ryzen 3 (1200, 1300X, 2200GE*, 2200G*), Ryzen 5 (1400, 1500X, 1600, 1600X, 2400GE*, 2400G*, 2600* e 2600X*) e Ryzen 7 (1700, 1700X, 1800X, 2700* e 2700X*)
  • Memoria: Dual Channel DDR4
* Em 2018 foi lançado a segunda geração dos processadores Ryzen 5 e 7, com melhorias a nível de performance e de compatibilidade com RAM além da adição de pequenas novas features como GPU Vega integrado no processador nalguns modelos. Esta segunda geração Ryzen 5 e 7 foi acompanhada do lançamento de um chipset melhorado X470 que faz uso destas features. Existe compatibilidade entre gerações mas algumas features podem não estar disponíveis ou acessíveis em certas combinações, pelo que os processadores 2200GE, 2200G, 2400GE, 2400G, 2600, 2600X, 2700 e 2700X devem ser emparelhados com o chipset X470 de preferência. Os processadores com G ou GE na terminologia incluem onboard graphics Vega 8. Todos os outros processadores obrigam à compra de uma placa gráfica.

AMD Enthusiast:
  • Socket: TR4
  • Chipset: X399
  • Processadores suportados: Ryzen Threadripper (1900X, 1920X, 1950X)
  • Memoria: Quad Channel DDR4
Intel Mainstream:
  • Socket: LGA 1151
  • Chipsets: H310, B360, H370, Q370, Z370 e Z390
  • Processadores suportados: Celeron (G4900, G4920), Pentium Gold (G5400, G5500, G5600), i3 (8100, 8350K), i5 (8400, 8600K) e i7 (8700, 8700K)
  • Memoria: Dual Channel DDR4
Intel Enthusiast
  • Socket: LGA 2066
  • Chipet: X299
  • Processadores suportados: i5 (7640X), i7 (7740X, 7800X, 7820X), i9 (7900X, 7920X, 7940X, 7960X, 7980XE)
  • Memoria: Quad Channel DDR4


Na AMD, todos os processadores permitem OverClock, (embora os que são vendidos como vocacionados para isso sejam os que terminam em X) mas a motherboard tem de ter um chipset da serie X, seja o X370, X470 ou X399. Na Intel, apenas os processadores que terminam em K ou X permitem OverClock e tem de estar associados a um chipset da serie Z ou X, sendo que as series B, H e Q não permitem OverClock. Apenas boards que permitam OverClock permitem usar perfis XMP de memoria RAM DDR4 acima dos 2400mhz. 

Toda a diferenciação entre os chipsets diz respeito a capacidade fazer overclock ou não, numero de portas USB, numero de portas SATA, numero de PCI-E, compatibilidade com RAID, etc. Para facilitar na escolha, no que diz respeito a MainStream, vamos falar apenas do chipset X470 na AMD e do chipset Z370 na Intel, visto que são a melhor escolha no que toca a Valor/Longevidade/Features.


Então e... Intel ou AMD? 

Essa tem sido a questão que se levantou durante os últimos 15 ou 20 anos em diversos momentos. Infelizmente, durante as ultimas 2 décadas, poucos foram os momentos em que a AMD apresentou uma concorrência capaz às ofertas da Intel, especialmente no universo gaming. Consistentemente, a Intel tem-se mantido à frente da AMD em gaming performance.

Mas... hoje, a história é diferente. Com o lançamento da plataforma Ryzen o ano passado, a AMD passou a contar com processadores desktop que ofuscam a oferta da Intel em vários campos (embora não em todos). E isso obrigou a Intel a dar um salto em frente, subitamente, para combater a AMD. 

Para explicar melhor o porquê, é preciso perceber a aposta diferente de cada marca nos processadores. Desde que se desenvolveu a tecnologia multi-core nos processadores, a AMD tem apostado em fazer processadores com mais cores e mais threads em detrimento de clocks elevados. A Intel, por sua vez, tem apostado nos clocks elevados e core counts baixos, especialmente na sua gama mainstream. Isto porque, no geral, um processador com muitos cores normalmente não consegue clock speeds tão altas e, quando o consegue (por exemplo, por uso dos "turbo clocks"), normalmente é apenas em um ou dois dos cores. Mais cores = clocks mais baixos. 

E, em parte, a culpa para o domínio da Intel era da AMD. Como não havia nenhum processador AMD que, ao fazer uso de multicores, conseguisse ofuscar a oferta da Intel, a Intel não sentia necessidade de mudar a gama. 

Resultado: a primeira geração i5 saiu em 2009 com 4 cores e só este ano, 2018, é que saíram i5 com 6 cores. Não porque a Intel não tivesse tecnologia para isso mas, porque não tinha concorrência que a isso obrigasse. Assim, podia deixar os processadores com mais que 4 cores para a gama enthusiast, cobrando, obviamente, um valor mais elevado a quem precisava do processamento extra. 

A industria dos jogos também se adaptou a esta realidade. Quando a tecnologia multicore apareceu, muitos pensaram que isso impulsionaria a industria dos jogos visto que proporcionava um salto enorme a nível de capacidade de processamento de informação. Mas, isso não aconteceu... Sim, houve um salto mas, como os primeiros processadores AMD multicore tinha vários problemas (temperatura, instabilidade, pouco potencial de overclock, etc), a industria manteve-se fiel à formula Intel: menos cores, mais clock speed. E os jogos foram sendo desenvolvidos para fazer sempre maior uso e ter maior beneficio por clocks mais altos do que por numeros de cores mais elevados. 

É por esta razão que, ainda hoje, se considera que para a melhor performance gaming possível, é mais benéfico uma clock speed mais alta do que um maior numero de cores. Quase todas as game engine seguem esta lógica e quase todas reagem melhor a mais clock speed do que a maior capacidade de processamento paralelo. 

A AMD com a plataforma Ryzen veio abanar um pouco essa convicção, oferecendo processadores com 6 e 8 cores e clocks muito semelhantes às melhores ofertas da Intel com 4 cores. A serie FX já o fazia mas tinha muitos problemas, especialmente a nivel de estabilidade pelo que o verdadeiro salto deu-se agora com o Ryzen. Adicionando a isso, a AMD dotou todos os processadores Ryzen 5 e 7 com hyperthreading (duplicação do numero de threads face ao numero de cores), algo que a Intel colocava no i3 dual core (para lhe dar 4 threads) e no i7 quad core (para justifica-lo face ao também quad core i5). 

Assim, escolher entre Intel e AMD é, nesta geração, muito difícil. Poupando-vos uma análise muito exaustiva e, depois de ter em conta muitos benchmarks e testes, a nota geral é mais ou menos esta:

  • Muito multitasking e muito uso de aplicações de produtividade (encoding de video, streaming, tratamento de imagem, etc) com gaming = Ryzen 5 e 7 de ultima geração numa motherboard X470. 
  • Gaming com ocasional uso de aplicações de produtividade = Intel i5 e i7 numa motherboard Z370. 

Assim, no fundo, a escolha entre uma ou outra plataforma é apenas dependente do uso que se vai dar. E, de notar que, dizer que os Ryzen são melhores para multitasking/produtividade que os Intel, não é dizer que os Intel sejam incapazes ou não sejam bons nessas tarefas; significa apenas que em benchmarks e testes, ficaram atrás. Por vezes, por 2 ou 3%, outras vezes por 10%, dependendo dos testes. Da mesma forma, dizer que Intel é preferível para performance gaming, não é dizer que os Ryzen não são bons processadores para gaming; a diferença por vezes ronda os 10% em situações muito especificas (como causando bottleneck do CPU usando uma 1080ti a rodar em 1080p).



Nota especial para streaming: De acordo com o site de reviews de hardware GamersNexus, (que é dos melhores sites e dos mais fidedignos no que toca a review de hardware) os Ryzen 5 e 7 de ultima geração são imbatíveis neste momento para streaming off the box. Ou seja, chegar, ligar e fazer streaming sem mexer em permissões de CPU, prioridades de processamento, etc, Ryzen é imbatível. Podem ver a comparação aqui  mas a ideia geral é essa. 


Então e performance termica e gasto de energia?

No geral, de momento, a plataforma Ryzen é mais fresca que a plataforma CoffeeLake da Intel. A margem é pequena mas os Ryzen tem uma muito boa performance térmica, especialmente quando em OC e comparando com CoffeeLake em OC. Kabylake e CoffeeLake a nível térmico não foram boas séries para a Intel, com especial foco nos i7-7700k e i7-8700k que têm tendência para serem "quentes". Isto apenas importa no momento de escolher o cooling, sendo que nestes casos, há que escolher com maior cuidado. Não é algo que seja determinante na escolha. No entanto, por outro lado, no geral, um sistema Ryzen consome um pouco mais de energia que um sistema Intel. 

E para fazer OverClock depois... Há alguma coisa a ter em conta?

Alem da escolha dos CPU's e Motherboards que permitam OverClock (tal como descrito acima), não há muito a ter em conta exceto que nestas gerações, o que se consegue ganhar de performance com overclock é cada vez menor. Um ganho de 300mhz é muitas vezes o que se consegue e isso pode traduzir-se num ganho de performance tão pequeno como 1 a 5 fps num jogo por exemplo, em troca de por vezes mais 10 a 20ºC, maior gasto de energia, menor durabilidade e maior risco de instabilidade de sistema. 

O overclock hoje em dia não deve determinar tanto a escolha de componentes como em tempos pois os hardware já é enviado muito próximo da sua capacidade máxima e os ganhos são poucos. 

Entre Intel e AMD, pouca diferença há no que toca a capacidade de OC. Parece haver uma tendência para se conseguir maiores ganhos de mhz nos Ryzen do que nos i5/i7 mas nem isso é consensual. 

Estamos a falar de Processadores...mas e a motherboard?

A escolha de uma motherboard passa mais por 2 aspetos: chipset e as features. 

No caso do chipset, já falamos sobre isso. Optar sempre que possível pelo topo da especificação dentro da gama que se quer comprar para se ter acesso a uma plataforma mais future proof e com mais capacidade de upgrade. Numero de portas USB, compatibilidade com RAID, numero de SATAs, etc. Quanto mais melhor. 

Quanto a features, é mais uma questão de orçamento. Normalmente, há que ter alguma atenção ao chip de som integrado na motherboard, distribuição das portas USB (entre 2.0, 3.0 e type C), reforço de portas PCI e pequenas coisas assim. Normalmente, os chips de LAN são o mesmo em vários fabricantes assim como o de som, pelo que pode-se encontrar o mesmo chip noutras marcas. 

WiFi, Blutooth e outros add-ons onboard podem ser boas escolhas mas...um dongle faz o mesmo efeito e...não vamos jogar por WiFi pois não? Todas as boards do preço médio para cima da ASUS, MSI, Gigabyte, EVGA e NZXT são boas escolhas. Melhor placa de som possível e aspeto normalmente ditam a escolha. 

Só para esclarecer, há diferenças de performance entre motherboards de marcas diferentes mas estas raramente chegam a ser de mais que algumas décimas percentuais, alguns graus de temperatura ou umas décimas a mais de watts consumidos. Nada que invalide uma escolha na minha opinião.

E tamanho da board?

Se se lembram do post anterior onde falava das caixas, existem vários tamanhos de boards:  mini-ITX, micro-ATX, ATX e Extended-ATX. Normalmente, o formato comum é ATX e as series enthusiast normalmente são Extended-ATX. Façam mais conta dum formato ATX a não ser que queiram mesmo um PC pequeno e investirem num micro-ATX ou até num mini-ITX.

Não esquecer que as boards mais pequenas tem menos portas. Normalmente, micro-ATX não tem as duas ultimas PCIs e a Mini-ITX so tem mesmo uma PCI-Express e dois slots para RAM.

Então e a série Enthusiast??

Bem, se a carteira é funda...e digo, muito funda, a série enthusiast de qualquer uma das marcas é uma opção obviamente a considerar. No geral, estas series tem uma performance gaming "average" apesar do price tag elevado. Isto porque as series enthusiast tem core counts elevados, tanto na AMD como na Intel, o que normalmente significa clock speeds mais baixas e, portanto, performance gaming menor. Outra feature das plataformas enthusiast que tem pouca expressão em gaming e memoria quad channel. São poucos os jogos que fazem uso de muitos cores e memoria quadchannel e assim o beneficio de ter um deca-core a 3.3ghz é quase nulo vs um quad core a 4.5ghz. 

Mas estas series existem porque também tem a sua finalidade. Produtividade. Sempre que alguém trabalha com computação, tratamento de imagem (em especial vídeo), multitasking com ficheiros grandes, etc, estes computadores começam a fazer sentido. E também servem para jogar....simplesmente a relação preço/performance é...baixa. 

Neste nível, a AMD lidera na relação preço/performance obtida em parte porque o Threadripper é sempre mais barato que um Intel equivalente e, tendencialmente, sempre mais poderoso do que esse mesmo Intel. Mas a Intel faz melhor uso de memoria e, nalgumas aplicações, consegue ser superior a AMD. 

Exatamente quanto mais caro estamos a falar?

Vamos pensar em...12 cores, que é uma spec média dentro das sérias Enthusiast. 

AMD Ryzen Threadripper 1920X (779,90€) + Asus ROG Strixx X399-E Gaming (364,90€) = 1144,80€

Intel Core i9-7920X (1199,90€) +  Asus ROG Strixx X299-E Gaming (331,90€) = 1531,80€

Comparando com...

AMD Ryzen 7 2700X Octa-Core (329,90€) + Asus ROG Strixx X470-F Gaming (200,90€) = 530,80€

Intel Core i7-8700K Hexa-Core (339,90€) + Asus ROG Strixx Z370-F Gaming (208,90€) = 548,90€

Além de que, nas plataformas enthuasiast, deve-se comprar 4 dimms de RAM e nas mainstream 2 dimms. Por exemplo, 16gb DDR4 3000mhz CL15. 

4x Hyper X Predator 4gb 3000mhz, CL 15-17-17 = 249,80€

2x Hyper X Predator 8gb 3000mhz, CL 15-17-17 = 229,80€

Enthusiast = muito caro para gaming... Melhor investir esse dinheiro noutros componentes como a gráfica. 

Ps- Preços da PCDiga a 18/6/2018


Então...TL;DR?

Se o objectivo do PC for jogar primeiro, fazer streaming, tratamento de imagem ou produtividade depois... Intel. Se o objetivo for por a produtividade, streaming, tratamento de imagem acima de jogar... Ryzen. 

Dentro da Intel, i3-8350k é uma excelente opção para budgets mais baixos ou i5-8600k ou i7-8700k para budgets mais altos. Na AMD, Ryzen 2600X ou 2700X para budgets maiores e um 1300X para budgets mais baixos. 

Em ambos, escolher sempre os chipsets de spec superior (AMD X470 e Intel Z370) nas motherboards e escolher estas com base nas features que se procuram.

Maximizem sempre o vosso orçamento comprando a melhor spec possivel dentro do dinheiro que podem gastar mas sempre com base na finalidade que vão dar à máquina final. 

Enthusiast apenas se for necessário ou...se a carteira não tiver fundo. 

Simples hã? :P

Próximo post: RAM

domingo, 17 de junho de 2018

Chapter 3: Escolher a base para um PC

Terceiro Capítulo: Escolher a base para um PC (Caixa, PSU, Cooling e Armazenamento/Discos)

A base para se fazer um PC, e que vai ser acompanhar o vosso rig durante muitos upgrades/anos, são todos os elementos que não são "spec dependent". Ou seja, os componentes que não ficam outdated tão facilmente à medida que a tecnologia vai melhorando ao longo dos anos.

Caixa

Para escolher uma caixa é preciso primeiro saber os vários tipos e as várias pequenas caracteristicas das caixas que possam influenciar a escolha de um modelo em detrimento de outro.

O principal condicionante das caixas é o tamanho. As caixas existem em vários tamanhos, normalmente consoante o tamanho da motherboard que se quer colocar mas também consoante se quer custom water cooling, big tower air cooling, muitos discos, mais que uma gráfica, arrefecimento mais completo, etc etc. Existem 4 formatos mais comuns, todos com base no form factor "ATX" (do menor para o maior) de motherboard: mini-ITX, micro-ATX, ATX e Extended-ATX. O mais comum no main stream são as boards ATX, que cabem nas caixas para boards ATX (duh) e nas para Extended-ATX.

Maioria dos sistemas terá uma caixa ATX, pois a maioria dos gaming pc mainstream é construido com base numa board ATX, reservando as Extended-ATX para sistemas de topo e as micro-ATX e mini-ITX para sistemas compactos. Mas, atenção, o formato ATX diz respeito ao tamanho da board maior que é compativel com a caixa mas existem outras medidas a ter em conta que não são padronizadas. Nomeadamente, a altura máxima de cooler de ar que se pode instalar (medida normal costuma ser 150mm), o cumprimento máximo da gráfica que se consegue instalar, o tamanho máximo da fonte de alimentação, o radiador maior que se consegue instalar (caso se opte por water cooling), o numero de baias para discos e o numero de ventoinhas.

Conselhos: Escolham uma caixa popular, usada em muitos builds pois mais facilmente encontrarão feedback das compatibilidades com diversos componentes. Normalmente os bons fabricantes oferecem medidas detalhadas mas algumas coisas só se sabe construindo. E...tudo o que é maior ou mais pequeno que ATX é mais caro.

Além do tamanho, uma coisa importante é o layout. Infelizmente (ou felizmente), o layout é livre e não há nenhuma norma. Há construtores que colocam a fonte por cima, outros por baixo, outros ao lado, discos a frente, por cima, ou atras, etc etc. O layout mais comum e utilizado é fonte por baixo, com discos logo a frente, lugar para radiador de 240mm á frente e mais acima e board por cima da fonte. Mas não quer dizer que seja o melhor. É simplesmente o mais comum. Aqui é mais um questão de gosto.

Tirando o tamanho e o layout, ficam duas coisas: capacidade de arrefecimento e estética. O primeiro aspeto é importante, especialmente em sistemas com gráficas gaming e processadores de alta velocidade que geram muito calor. O ideal é escolher uma caixa que vos chame a atenção e com a qual engracem e depois verificar reviews da caixa no que toca ao arrefecimento. É daquelas coisas que só testando. Quanto à estética, isso é 100% subjetivo. Eu prefiro um design minimalista e de linhas direitas como o usado pela Phanteks ou pela NZXT nos ultimos anos mas há quem goste de visuais mais...gaming. Unica coisa que digo é que se quiserem uma caixa com janela lateral, comprem com janela em vidro temperado. O acrilico com o passar do tempo fica amarelo, risca e muda de forma. O vidro é duradouro e mais bonito e fácil de manter.

Caixas que recomendo:
  • Formato ITX -> NZXT, CoolerMaster, Corsair e Phanteks. Qualquer das marcas tem excelentes caixas neste formato. 
  • micro-ATX-> NZXT H400i
  • ATX-> Phanteks P300, Corsair Carbide 270R, Corsair Carbide 400C, Corsair Carbide 400Q, Phanteks Enthoo EVOLV, Cooler Master MasterCase Maker 5
  • Extended-ATX->Corsair Carbide 600C, NZXT H700i, Phanteks Enthoo Primo.


PSU (Power Supply Unit) ou Fonte de Alimentação


3 coisas a ter em conta quando se escolhe a PSU: Potencia, eficiência e tipo de arranjo de cabos.

A potência varia com o tipo de sistema que se constroi e a maior variação é se um sistema tem uma ou duas placas gráficas em SLI ou CrossFire. Normalmente, para uma só gráfica, com dois ou três discos, mesmo com water cooling e 4 ou 5 ventoinhas numa caixa, numa plataforma main stream (coffeelake ou Ryzen 3/5/7), 600W é suficiente e deixa um tecto bastante generoso para impedir flutuações de potência que gerem instabilidade de sistema. Menos poderá ser insuficiente para certas gráficas com consumo maior como as novas AMD Vega ou para quando se adicionam muitos discos.

Eficiência não é, como muita gente pensa, se uma fonte é "melhor" ou "pior", mas sim, se uma fonte é mais eficiente. Ou seja, se para a fonte produzir 600 watts para os componentes internos do PC, consome, efectivamente da rede, o mais próximo possível desses 600 watts e não muito mais. Idealmente, optem por fontes de eficiência 80 plus Gold (rondam os 90% de eficiência) para poupar a longo prazo na conta da luz. Normalmente, as fontes vão de (menos eficiente para mais eficiente): 80 Plus Bronze, Silver, Gold, Platinum e Titanium.

Arranjo de cabos vem em três formas: sem arranjo, semi-modular e modular. Optem sempre por fontes modulares para evitar desperdício de cabos dentro de caixa. Caso o orçamento seja um problema, no mínimo optem por fontes semi modulares, que permitem suprimir minimamente os cabos não necessários.

A nivel de escolha de PSU, o que dita mais é a fiabilidade e a segurança. A fonte é o componente principal de um sistema. É o componente que modela e processa a corrente eletrica para todos os componentes do PC e que protege o PC de picos electricos. Uma má fonte não só pode danificar componentes como pode gerar instabilidade de sistema (frame drops, frame freezes, sistem locks, etc). É o componente onde mais pessoal opta por poupar mas onde menos se devia fazer compromissos. Optem por fontes Corsair, XFX, Seasonic, EVGA principalmente.


Cooling


O cooling vai dizer mais respeito ao cooling do processador do que do resto do sistema. Mas, em tudo, há dois tipos de cooling: Líquido/água e Ar. 

Os sistemas de ar usam um elemento de cobre ou alumínio, com varios condutores e laminas (chamado heatsink), ligado ao elemento que produz calor (por exemplo o processador) e faz uso de uma ventoinha para mover ar por esse elemento e assim dissipar o calor. 

Os sistemas a agua usam um elemento em cobre/alumínio em contacto com o elemento que produz calor mas, em vez de ter laminas e condutores de calor, tem uma zona em contacto com liquido, num circuito fechado. Esse liquido circula, por acção de uma bomba, depois por um radiador que é arrefecido por ventoinhas. Pode ser All-in-One (ou seja, circuito fechado, prefabricado por uma marca e pronto a usar) ou custom (construído peça a peça e dimensionado ao sistema).

CPU cooler tem de ser escolhido com base na compatibilidade com o socket do processador (embora normalmente sejam compatíveis com mais que um socket) e com base no TDP, ou seja, na potencia térmica do processador.

Normalmente, ar é mais barato, silencioso e mais duradouro pois não há componentes internos (apenas uma ventoinha), nem líquidos e são mais fáceis de instalar. Mas são, no geral, menos eficientes a lidar com temperaturas mais altas e, para dissipar maior temperatura são muito mais volumosos e pesados, levando a potenciais problemas de compatibilidade com outros componentes como a grafica, a caixa ou a ram ou a riscos no transporte.

Liquid Cooling consegue uma melhor performance térmica e geralmente não tem problemas de compatibilidade com outros componentes excepto com a caixa (é preciso saber se a caixa tolera radiadores do tamanho escolhido) mas é, geralmente, bastante mais caro e tem uma duração menor porque tem muitos mais componentes moveis e é mais complexo. Além disso, a fiabilidade além de potencialmente menor, passa por um risco significativo: fuga. Embora os sistemas atuais sejam relativamente seguros, há que ter noção que podem verter e danificar outros componentes como a gráfica.

Alem do cooling do processador, a caixa tem de ter ventoinhas para circular o ar. Idealmente, devem ter ventoinhas de intake (meter ar para dentro da caixa) e exaust (tirar o ar). Para diminuir o pó dentro da caixa, optem por maior intake que exaust mas se a performance térmica for a preocupação, mais exaust que intake. Optem por optimizar o fluxo de ar com uma correta utilização e escolha de ventoinhas para permitir melhor performance termica do sistema no geral, o que eleva a vida util dos componentes e para permitir ter um sistema mais silencioso. As ventoinhas tem duas specs: pressao de ar e fluxo de ar. As ventoinhas de caixa normalmente sao as construidas com fluxo de ar em mente e as utilizadas nos radiadores de liquid cooling são feitas a pensar em pressão de ar.



Se optarem por air cooling, Noctua é a melhor a nivel de qualidade, mas CoolerMaster, Thermaltake, Cryorig e BeQuiet! são também boas opções. Se optarem por liquid cooling, NZXT e Corsair.

Finalmente, Discos e Armazenamento.



Aqui não há muito que saber. Armazenamento em massa de grande quantidade de ficheiros pouco acedidos, usem um HDD (Hard Disc Drive). São lentos mas com a melhor relação preço/tamanho além de, na teoria, não terem limite de escrita (embora tenham elementos moveis/mecanicos e, portanto, não são eternos). Sistema Operativo, Programas e ficheiros mais usados, SSD (Solid State Drive). São drives muito rapidas mas muito mais caras na relação preço/tamanho, além de terem um limite (bastante alto) de numero de escritas (ou seja, tem uma vida util que tem por base o numero de vezes que dados podem ser escritos no armazenamento).

Existem dois tipos de SSD, os SATA e os m.2. A nivel de velocidade há pouca diferença entre os dois formatos, embora m.2 na norma 2280 sejam geralmente mais rápidos. Alias, mesmo de marca para marca, a diferença entre discos SSD é pouco significativa no que toca à perspectiva do utilizador. Optem pelo melhor negocio €/GB. Boas marcas são Samsung, Intel, Crucial, HyperX, Kingston. Para HDD, a melhor é a Western Digital mas não há uma má marca em concreto.

Próximo post: Escolher a plataforma ideal (motherboard+processador).

PS: se alguem quiser saber alguma coisa em mais pormenor sobre alguma das cenas acima, diga, que eu respondo nos comments se souber.

Chapter 2: Determinar o Orçamento

Segundo Capítulo: Determinar o Orçamento



Isto pode parecer simples: tenho X euros para gastar. E sim, de certa forma, é simples. Quando queremos fazer o nosso rig temos X euros disponíveis para isso. Mas, há pequenas nuances que, depois de tidas em conta, ajudam a criar um valor que melhor se adapta às necessidade e expectativas e que tenha em conta pequenas coisas que, juntas, fazem uma grande diferença. Não, não vou dar-vos valores em concreto de orçamentos. Isso é dependente da vossa carteira. Vou só dar-vos dicas sobre como optimizar o valor que tiverem disponível.

Primeiro, e antes de entrarmos nos detalhes, uma pequena nota: quando se fala de gaming rig, fala-se de gaming PC (a “torre”), monitores, teclados, ratos, tapetes, cabos, colunas, cadeira e secretaria assim como outros acessórios. Ou seja, fala-se do conjunto todo. Gaming PC é apenas a máquina à qual se ligam os periféricos.

Ponto 1: O que é que eu tenho no meu rig atual que possa ser utilizado no novo? É um começo de raiz ou vou so fazer um upgrade profundo? Preciso periféricos ou só mesmo o computador?

Coisas como discos, caixas, ventoinhas, teclados, ratos, monitores, tapetes, etc tem uma vida maior do que muitos dos outros componentes dum rig. Como tal, por vezes pode ser benéfico resistir à tentação de comprar um tapete novo de 50€ se significar que esses 50€ podem ser usados para comprar um processador superior ou em qualquer outro componente “mais necessário”.

Contudo, se forem como eu que não tinha literalmente nada, temos de começar do zero e fazer uma lista de todos os componentes necessários é essencial. Normalmente, para um gaming rig, são precisos:
  • Gaming PC
  • Monitor Gaming 
  • Monitor Secundário para uso geral (opcional, se usado, comprar suporte para múltiplos monitores)
  • Rato 
  • Teclado
  • Tapete
  • Colunas e/ou Headset
  • Secretária
  • Cadeira
  • Ficha tripla com protecção contra picos de corrente ou UPS
  • Cabos variados (normalmente vem com os componentes mas mesmo assim podem ser necessários cabos maiores ou mais pequenos ou até melhores em certos casos)
  • Acessórios estéticos (candeeiros, iluminação ambiente, suporte para headset, etc etc etc)


Ponto 2: Para que finalidade quero o meu gaming rig/gaming pc? Só para jogar? Que jogos? É para shooters? É para RTS? MOBA? A que resolução? É também para trabalhar? Tratar imagem? Stream?

Saber exatamente que uso vamos dar ao gaming rig ajuda a tomar as decisões certas e a pensar melhor no orçamento. Se for para jogar e tratar imagem, é quase imperativo ajustar o orçamento para incluir um monitor secundário IPS para tratamento de imagem, mesmo que isso signifique que o monitor para jogar tenha de ser mais pequeno, por exemplo, porque os monitores gaming normalmente tem pobre reprodução das cores e não são indicados ou pensados para o tratamento de imagem. Se for para trabalhar também, por exemplo, contabilidade ou texto no geral, como gerir emails, clientes, softwares de faturação, etc, um monitor maior que seja mais polivalente e permita mais janelas abertas em paralelo poderá ser uma melhor opção em detrimento de dois monitores e o orçamento tem de ter isso em conta. Da mesma forma, se for um rig também para trabalhar, conforto e postura contam pelo que o mobiliário é essencial ser de boa qualidade, quase tanto como o próprio computador. E, neste caso, visto que se vai tirar rentabilidade direta do investimento, pode ser benéfico investir mais para ter um setup melhor ajustado. Se a finalidade maioritária for jogar shooters, é quase essencial ter um monitor gaming com alto refresh rate, 144hz normalmente. Se for para RTS ou outros jogos, qualidade pura de imagem e resolução são mais determinantes. Até os ratos são diferentes. Ratos para FPS normalmente tem 2 botões extra para o polegar, ajuste de peso e DPIs mais altos. Ratos para MOBAs tem muito mais funcionalidades de macros e mais botões extra para atalhos. Estes são só alguns exemplos mas a ideia a reter é que saber exatamente o uso que o rig vai ter ajuda a maximizar o valor que se consegue tirar do orçamento e a tomar melhor decisões.

Ponto 3: Quanto tempo quero que passe até ter de fazer um upgrade? Que perspetiva de futuro tenho para o rig?

Este ponto é difícil de prever mas há alguns dados que podem ajudar. Um bom monitor gaming é viável durante muito tempo e, monitores são componentes que, na teoria, podem durar 10 anos ou mais de forma viável. Uma boa cadeira pode durar 4 ou 5 anos de uso diário intensivo. O mesmo se pode dizer de ratos, teclados ou headsets. Normalmente são componentes que duram muito tempo se forem de boa qualidade e nos quais pode valer a pena investir mais um pouco de inicio com a perspectiva de duração.

Contudo, no que toca ao gaming pc em si, há mais nuances. Prever tempo pode ser difícil nestes casos porque a industria está sempre a avançar rapidamente. Uma boa caixa vai poder ser usada em vários builds, assim como ventoinhas ou outros componentes de refrigeração. Discos, tanto SSD como HDD, são só trocados quando há necessidade de mais espaço ou falha dos componentes. Fonte de alimentação pode dar em vários rigs se for uma boa fonte.

Infelizmente, todos estes componentes, talvez por terem uma duração maior, são os mais baratos dentro do gaming pc. Motherboard, processador, ram e GPU tem um peso muito maior, tanto na performance, como no orçamento, e a sua duração é mais condicionada:
  • Mais que tudo, é importante criar uma boa base para “crescer” e fazer upgrades (que serão, quase certamente, inevitáveis): Caixa, Armazenamento, Cooling, PSU são a base. Motherboard, CPU, RAM e GPU são os componentes de upgrade.
  • Entre uma gráfica melhor e um conjunto motherboard/processador/ram melhor, investir sempre mais no segundo pois dura mais tempo up to date que a grafica.
  • Normalmente, um solido conjunto motherboard/processador/ram dura 1 ou 2 upgrades à gráfica (4 a 6 anos) sem que haja necessidade real de mudar.
  • Se o objetivo for sempre jogar a um nível igual (por exemplo, querer jogar a 1080p/144fps em high ou ultra) títulos triple A novos, é de esperar trocar de GPU de 2 em 2 anos. Se houver abertura para jogar com as definições e baixar um pouco a qualidade aqui ou ali, uma GPU facilmente permite manter uma boa jogabilidade durante 3 a 4 anos em títulos recentes sem grandes perdas na experiencia.
  • Saber e ter sempre presente que, no dia em que comprarem o computador, vai sair algo melhor e mais recente. É e será sempre assim. Não quer dizer que tenham feito um mau investimento ou que a máquina que compraram é subitamente obsoleta. A industria move-se muito depressa e por muito frustrante que isso seja, estar a espera do mais recente pode ser inutil porque vai sempre haver "algo mais recente e melhor".

Ponto 4: Sejam realistas e firmes com o orçamento que traçarem, sempre abertos a fazer compromissos e a tomar decisões para manter o valor traçado.

Há muitas specs, muitas marcas, muito RGB, muito brilho e muitas embalagens bonitas no mundo do PC Gaming. É importante sermos realistas e pragmáticos e não cair na tentação que o marketing cria. E sempre que tomarem uma decisão, tomem-na e assumam-na e não voltem atrás.

No que toca ao valor, é importante ter uma base por onde começar. E para isso é so pesquisar, pesquisar, pesquisar e ver preços. Saber que um gaming PC de 1800€ e um de 600€ tem muitos componentes em comum e cujo valor vai ser transversal e com que podem sempre contar. Fazer essa base serve para ver quanto sobra para o resto do PC. Caixa, PSU, Discos e Cooling podem ser os mesmos para uma variedade enorme de builds.

Imaginemos que têm 1000€. Uma caixa "ok" custa a volta de 60€. Uma boa PSU na casa dos 80-130€. Um SSD de 500GB ronda os 140-150€. Um bom air cooler custa 50-80€ e um bom liquid AIO custa na casa dos 140€. Ventoinhas para a caixa variam muito mas do melhor que se pode comprar custam na casa dos 20€ cada e o numero que são precisas depende da caixa. Somando tudo, neste exemplo em concreto, 480€ (air cooling, 3 ventoinhas) ou 540€ (liquid cooling, 3 ventoinhas). Isso quer dizer que para uma motherboard, CPU, RAM e GPU sobrariam a volta dos 500€ do vosso orçamento inicial. Mas mesmo que o vosso orçamento fosse 1800€, nunca iriam fugir muito desses 500€ de base. Simplesmente sobrava mais para o resto.


Proximo post: Escolher componentes para um gaming PC....PSU, Caixa, Discos, Cooling.

Chapter 1: Brand PC vs Custom PC

Primeiro Capítulo: Custom PC VS Brand PC



Como todos já viram, existem várias marcas, como a Asus, a MSI, a Corsair ou a Lenovo, que fazem computadores completos, prontos a usar, destinados a "gaming". São maquinas que é só comprar, chegar a casa e usar. E todos tem um branding "gaming" (cores, estetica, leds...) para que se torne tudo mais apelativo. Mas, infelizmente, nem tudo são rosas mas também nem tudo são espinhos. Há vantagens e desvantagens, dependendo do orçamento e de cada produto. E alguns são boas escolhas. Outros nem tanto.

As vantagens são simplicidade de compra e utilização além do tamanho (maioria das caixas são mais pequenas e há varias marcas que tem "formato consola"). E a simplicidade é um aspeto muito determinante tendo em conta que fazer um PC de raiz pode ser muito chato e denso para a maioria das pessoas. É um processo moroso e trabalhoso.

As desvantagens prendem-se com o preço (tendencialmente mas não sempre, um pre-made brand PC é mais caro que um custom PC para as mesmas especificações), a pouca capacidade de upgrade ao longo do tempo e portanto, a mais curta vida do investimento no geral e o facto de que muitas configurações destes pc são por vezes estranhas ou desajustadas.

Então, como escolher?

Primeiro passo: ver muito bem as especificações. Muitas das vezes estes computadores pre-feitos tem especificações estranhas que tem por base explorar a ignorância do cliente. Por exemplo, usarem processadores i7. O i7 é o processador topo da gama consumer da intel e toda a gente reconhece esse branding e, inerentemente, tem tendencia a pensar "ok, i7 é bom!". Mas isso pode ser falacioso. Por exemplo, que interessa ter um i7 quando a placa grafica é uma GTX1050 ti como neste caso https://www.pcdiga.com/computador-msi-trident-3-7rb-073eu-i… ? É uma configuração para enganar o consumidor.

Segundo passo: avaliar caso a caso com base no orçamento. No caso do exemplo acima, estamos a falar dum i7-7700 com uma GTX1050ti, 8gb RAM DDR4 2400mhz e um SSD 128gb, specs que servem como cartões de visita para 1249€. Por mais 100€ temos https://www.pcdiga.com/computador-asus-rog-gr8-ii-6gt016z-i… que tem como principais specs um i5-7400, uma GTX1060 6GB, 16gb RAM DDR4 2133mhz e os mesmos 128gb de SSD. Por mais 100€ temos uma gráfica que é a volta de 75% mais rapida, o dobro da ram e um processador que, no que a jogos diz respeito, não faz diferença. Sim, a ram é mais lenta na segunda opção mas a diferença de velocidade aqui é amplamente ultrapassada pelo fato da segunda opção ter o dobro da capacidade. Ou seja, se for para ponderar um pre-made PC, ver muitas opções dentro do orçamento e ver as configurações.

Terceiro passo: ver se tem windows incluido ou não. Muitos dos pre-made PC, nomeadamente, muitos da MSI por exemplo, não trazem licença do windows, pelo que há que adicionar mais esse custo.

Quarto passo: cuidado com os pre-made PC feitos pelas proprias lojas, como os da PC Diga, Chip7, etc. Normalmente, estes são feitos para escoar stock e frequentemente usam componentes antigos por preços "up to date". Raramente são bons negocios e, como nos restantes, por vezes tem configurações estranhas ou componentes que são essenciais de baixa qualidade. Por exemplo: https://www.chip7.pt/…/15059-doit-gamer-plus-torre-w10-PCC7… tem um processador FX6300 da AMD. Era um bom processador...quando saiu...em 2012. E nem sequer dizem que fonte de alimentação traz.

Quinto e ultimo passo: se depois de avaliar todas estas condicionantes ainda quiseres um pre-made brand PC, compra um da ASUS, MSI, Lenovo ou Corsair. Pode não ser uma maquina com especificações de topo mas, é concerteza estavel e funcional. Com os PCs feitos por lojas, nunca se sabe se não são um frankstein de peças de stock antigo e que podem até originar problemas de sistema.

Nota pessoal: Melhor Pre-made Brand PC money vs value é o Corsair One Pro (vem sempre com i7-7700k mas ou trás uma GTX1080 ou uma GTX1080ti e o preço nem é muito maior do que o valor que custa fazer uma configuração semelhante num custom build).

Proximo Post: Determinar o Orçamento.

Cumps